Chega ao fim o casamento do Chanceler

Hildegard Angel

Este governo Bolsonaro, tão pródigo em metáforas em torno de casamentos, acaba de ver esticar a corda de um enlace não metafórico, que já se rompeu: o casamento do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e Maria Eduarda Seixas Corrêa.

Tudo leva a crer que a primeira-dama do Itamaraty, chamada Duda pelos próximos, se cansou do cotidiano terraplanista, sujeito a tantas esquisitices. Afinal, ela é filha de um dos mais respeitados diplomatas do país, o embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa, que ingressou na Casa de Rio Branco, obtendo o primeiro lugar no concurso, e é considerado uma das grandes cabeças da instituição.
Ex-professor de Relações Internacionais e de História Diplomática do Brasil no Instituto Rio Branco, Seixas Corrêa era reticente sobre a política  externa empreendida pelo genro, preferindo se abster de comentar, quando provocado pelos colegas. Ele foi Chefe de Missão no México, na Espanha, na Argentina, na Delegação do Brasil em Genebra (ONU e OMC), na Alemanha, na Santa Sé e no Consulado Geral em Nova York, além de Conselheiro Internacional do Presidente da República José Sarney e, por duas vezes, Vice-Chanceler.
Ah, Seixas Corrêa também foi presidente do Órgão Intergovernamental da OMS, e certamente jamais iria propor ou endossar que o Brasil cogitasse romper relações com aquela Organização.
Se Bolsonaro, em vez do genro, tivesse mirado no sogro, teria pelo menos um ministério respeitável para chamar de seu.
Maria Eduarda Seixas Corrêa também é diplomata, e trabalha como chefe da Divisão de Treinamento e Aperfeiçoamento, setor administrativo responsável pelo aprimoramento de funcionários do Itamaraty.
Provavelmente por todos esses vínculos com a Casa, o rompimento do primeiro-casal da nossa carrière virou notícia no Boletim do Ministério distribuído hoje aos diplomatas.
O casal na cerimônia de entrega da Ordem do Rio Branco – Jornal o Expresso/Google

Uma ideia sobre “Chega ao fim o casamento do Chanceler

  1. To nem aí com o casamento desses seres, melhor seria se fossem felizes e trabalhassem pelo Brasil.

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