Um almoço nobre, com princesa e tudo, no mais aristocrático dos endereços do Rio

Francesca Romana é uma nobre jovem senhora que tem uma frutífera pareceria com uma jovem senhora nobre, princesa Lelli de Orléans e Bragança. Aliás, Lelli é duplamente nobre, pois dispensa o título princesa na assinatura de suas obras de arte.

Foi assim, aspirando ares aristocráticos, no mais aristocrático dos endereços do Rio de Janeiro, o Edifício Tucuman, na Praia do Flamengo, construído em 1939, com projeto do mesmo arquiteto J. Gire, do Copacabana Palace, por encomenda da família Guinle, que um grupo pequeno de eleitos almoçou ontem, com vista para os jardins de Burle Marx e a Baía da Guanabara.

Elegância externa e interna, pois a vista prosseguia para as paredes da sala de jantar, com grandes painéis pintados por Lelli, reproduzindo a mesma vista, porém há uns bons dois ou três séculos atrás, quando a natureza se mantinha absolutamente intocada.

Uma tarde tropical.

Não, the guest of honnor não era Fernanda Montenegro, a diva maior de nossa cena, ali presente, usando colar e brincos vintage assinados pela mesma Francesca, delicadeza própria de uma grande dama. O centro do almoço e das atenções gerais, a ‘homenageada’, era a mesa posta para o almoço com a nova linha de louças assinadas por Francesca Romana Diana e Lelli de Orléans e Bragança.
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Fernanda Montenegro entre Lelli e Francesca

Com imagens do Rio antigo, e algumas paisagens do passado de Minas Gerais e São Paulo, a louça, desenhada em tons sépia, reproduz trabalhos de dona Maria da Baviera, ou melhor, princesa imperial Dona Maria Elisabeth da Baviera de Orleans e Bragança, que praticava a arte da pintura em porcelana.

Foi num armário da casa de Itaipava de Andrea de Morgan-Snell, a saudosa avó de seu namorado, Louis Albert de Moustier (presente, ajudando-a a entreter os convidados), que Francesca encontrou a louça assinada por dona Maria e resolveu se inspirar nela para a sua terceira coleção com as porcelanas Schmidt, a tradicional fábrica de Pomerode, em Santa Catarina.

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Ela e Lelli já lançaram uma linha deslumbrante de borboletas, uma outra, elegante, com o mosaico da calçada de Ipanema e, de ante em ante, chegaram agora à capotante linha de vistas antigas do Rio (Rio 450 anos, uau!) e também de Minas e São Paulo.

A mesa foi posta com alguns pitacos de Antonio Neves da  Rocha (outra presença na tarde), que jogou um xale de seda indiano, arroxeado e ouro, deixando perceber as laterais do tampo de madeira. Castiçais de prata inglesa. Bulbos de orquídeas recheavam o centro de mesa poderoso, de prata também, refletido em espelho, copos de artesanato de prata de Bali e copos de vidro bico de jaca. Tudo para fazer sobressair a louça, que Francesca exibia e descrevia com o brio de quem enaltece um filho recém-nascido.

Das louças, passamos à sala íntima, onde, sobre mesa brasileira antiga, estavam dispostos os colares, brincos e as pulseiras da nova coleção, misturando soutaches, pedras e ferragens importantes, puro bom gosto. Na parede de fundo, um quadro de Joãozinho Orléans e Bragança aprovava a seleção.

Na varanda, foi posta a mesa para café da manhã, mesclando as duas louças das coleções anteriores, e as cadeiras de lona traziam impressas suas estampas. Já posso antever a parceria Lelli-Francesca com maravilhosos tecidos de decoração no mercado…

Bem, não vou descrever o apartamento de la Romana, porque é um playground de belezas. Só bom gosto, e o cheirinho da sala pink, hummmmm….. era de vela Granado pink!

No grande salão de estar, onde ficamos degustando as delícias de Roberta Pederneiras no buffet volante (não, queridos, a mesa lindamente posta não era pra comer, era pra ver), o baixíssimo som ambiente, com levadas dodecafônicas (Schoenberg?), uma composição de timbres – ai, coisa mais chique! – partia de imperceptível smartphone posicionado estrategicamente sobre mesa lateral ao sofá.

Ah, Francesca vestia um wrap dress de jersey imprimé com a calçada preta e branca da Praia de Ipanema (igual à sua louça da linha anterior), com pulseira e colar pb da sua nova coleção de soutaches trançados, que ela lançou dias atrás no Village Mall, em primeira mão para o Principado da Barra.

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Roberta Pederneiras, Melissa Jannuzzi e Francesca Romana, vestindo seu wrap dress estampado com a imagem de sua coleção de louças Ipanema e usando os acessórios de sua nova linha com soutaches trançados

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Francesca entre Marcela e sua mãe, Karina Vassilcovsky

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A louça com a padronagem do calçadão de Ipanema

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As palmeiras imperiais do Jardim Botânico e nossas bananeiras pintadas por Lelli também viraram louça Schmidt da Francesca, que agora já pensa em exportação do produto, com boa entrada no mercado nacional

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Borboletas revoam em pratos e cups – esta louça by Francesta/Lelli é hit

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Torsade de cordões de seda, contas de cristal e discos de pedras brasileiras, no colar turquesa da nova coleção

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Pulseiras de seda e metal fechadas com ímãs, brincos de seda, pedras, metal – um festival de fios de seda colorida contrastando com as pedras e contas em cores que inspiram um verão radioso

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5 ideias sobre “Um almoço nobre, com princesa e tudo, no mais aristocrático dos endereços do Rio

  1. Eu amo muito essa nobreza ainda sem veneno burguês classista de luta e arrogantes. Lindas, Hilde, que não são do Espírito Santo mas que ainda incorporam como nobres cristãos.

  2. Lindo como tudo o que Dona Maria Gabriela faz!
    Justo lembrar que Dona Maria da Baviera desenvolveu um trabalho, dando aulas de pintura em porcelana na Obra do Sol para crianças carentes!

  3. Que maravilha de almoço! E que bela mesa!
    Que ótimo o destaque dado à obra da Princesa Dona Maria da Baviera,que possuía o talento de sua terra natal,a Baviera,da pintura em porcelana.Dom que transmitiu aos filhos,entre eles a Princesa Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança,destacada na reportagem,que possui a felicidade de produzir somente o belo aliado ao apuradíssimo bom gosto…E sobretudo de cantar as belezas do Rio e do Brasil em sua obra.

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